quinta-feira, 30 de julho de 2015

    Me conta mais de você, não essas coisas que todo mundo sempre diz, sobre ser fã de John Green e assistir Game of thrones, me conta sobre sua tartaruga ninja preferida, sobre quem você queria ser quando assistia power Rangers, sobre o desenho animado que te arrancava risadas. Quero saber mais do que o que gosta de mostrar, não quero saber qual seu livro de cabeceira, quero conhecer aquele que você guarda na gaveta, esconde dos outros por achar que vão caçoar do seu gosto ou duvidar do seu bom gosto, o livro de cabeceira eu pretendo ver quando visitar seu quarto pela primeira vez. 
     Eu não quero ser a pessoa que chega, faz barulho e vai embora, quero ser a que fica e se for pra algum canto, te levar também, trazer paz pro seu coração e luz pros teus olhos tão cansados e escuros. Não quero ser visita na sua vida, quero abrir as janelas da sua alma, quero abrir a geladeira da sua casa, quero morar em ti, ser presença frequente na sua vida. 
     Já falei tanto de mim, me conta de você, vou te levar pra jantar, quero saber se gosta do meu prato preferido e se vou gostar do seu, quero saber da sua infância, se lembras dela com dor ou saudades, quero ouvir seu CD preferido e tentar imaginar o porquê de você gostar tanto.
Não sei bem se estou sendo clara, mas quando falo que te quero, to querendo pra sempre. Deixa eu te assistir viver, deixa eu chegar num ponto que só de te olhar saber tudinho que se passa ai dentro. 

terça-feira, 28 de julho de 2015

Todo dia de manhã reluto para que meu corpo obedeça ao despertador e se levante pra iniciar o dia, levanto e nem, um, bom dia, vou pra fila esperar que o onibus desta vez demore menos e deixa de tanto chacoalhar, no trabalho sou a primeira a chegar, as luzes ainda apagadas, as janelas todas fechadas da vontade de abrir e pular.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Você não é o amor da minha vida, você é uma farpa que entrou por debaixo dos meus dedos e chegou ao coração, não é mortal, nem violento, mas provoca um incomodo que constantemente me faz perder o sono e, por algum tempo, a vontade de seguir em frente. Talvez você me mate algum dia, ou saia tão facilmente quanto entrou, por enquanto vou seguindo com essa farpa que não se tira com pinça.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Era duas ou três da manhã quando Joana saiu do bar e foi caminhado sozinha pra casa. Cidade pequena não tem essa de pegar táxi na hora da volta, o caminho é curto, o perigo também e é normal andar sozinha. Havia anos que a moça havia se mudado da cidade, saiu fora do interior e foi estudar na capital, desde que se mudou visitou a família duas vezes, no natal do primeiro ano e na morte da avó. Desta vez viera se despedir do pai, o velho já estava doente a bastante tempo e a fatalidade veio acontecer logo na semana de aniversário de Joana, o pai que sempre foi ausente, deu de presente se ausentar pra sempre na semana dos seus 23 anos.
 A cerimonia de enterro foi rápida, o corpo do velho fedia a medicamentos e hospital, tinha ficado três meses em cima de uma cama na Unidade intensiva, durante esse tempo a família de joana clamou pra que ela viesse visita-lo, pedir perdão antes que fosse tarde demais, a filha rebelde, ovelha negra, bastarda, lésbica e inconsequente, que durante a vida inteira manchou e desonrou o nome da família e do pai.  
  Mas joana pensava: Pedir perdão por não ter cedido ao comando? Perdão por ter voado pra longe, enquanto queria me trancar numa gaiola? perdão por ter sido uma criança malvada o suficiente para não merecer um abraço do pai de presente de natal? e se tão louca e ruim eu fui, por que, enquanto definha, o velho haveria de me querer por perto? Afasta-me da tua hipocrisia! Me verás de pé, enquanto eu o olho de cima deitado na caixinha de madeira que o guardará no inferno. 
  E assim foi, joana só voltou quando o telefone tocou trazendo a notícia de que o pai tinha tido uma parada cardíaca durante a noite, os médicos optaram em não reanima-lo e o coração parou pra sempre. Durante o a cerimônia de velório e enterro, ao contrário dos irmãos, não posicionou sua cadeira ao lado do corpo e nem segurou a mão do velho com lagrimas nos olhos.
Fumou três maços de cigarro enquanto olhava pro velho inerte e sentia todos a olharem com desdenho. Sentia um enorme aperto no peito, suas mãos tremiam e dentro dela passava um filme dos momentos fraternos que ela sempre quis ter, foi usurpada da convivência com os irmãos durante a infância, depois que a mãe morreu pulou de galho em galho até que o pai decidiu que não havia mais meios de fugir da responsabilidade, tinha 16 anos quando se mudou pra viver com ele, a madrasta e os três irmãos mais velhos, a porcaria da cachorra da vizinha era tratada melhor do que ela dentro daquela casa.  Não tinham nem o cuidado de disfarçar que ela não era bem vinda. 
  O pai estava morto, mas uma parte dela também, foi afetada a vida toda pela insuficiência de carinho e atenção que sofrera na infância. Pensava: Talvez em duas ou três vidas, eu consiga sentir por você algo menor do que ódio. 
   Saiu do enterro direto pro bar da esquina, via-se as cruzes do cemitério do balcão do estabelecimento, tomou uma, duas, três doses de uma pinga barata, não precisou pagar nenhuma, foi cortejada e quase molestada por um cara que a seguiu até o banheiro e se surpreendeu quando ela tirou uma faca da bolsa e ameaçou corta fora aquele membro nojento . Saiu do bar, agora ta andando pela cidade vazia, sem ter lugar algum pra ir, a não ser a rodoviária onde pretende pegar o ônibus pra ir embora de novo. 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Entre uma e outra postagem de facebook, costumo me deparar com algumas que me tiram o fôlego e me põe a ansiar sonhos maiores, melhores e mais sagazes. Há textos que leio e me leem, me mostram  oportunidades e apontam caminhos. Sempre tive problemas com o conformismo e estabilidade, meus pés sempre estiveram menos no chão que minha cabeça nas nuvens. Estou para a quietude assim como o vento. Estou para a liberdade assim como Cazuza para a poesia, Bukowski para as mulheres, Drummond para as crônicas. 
    Viagens literárias me fazem muito bem, mas não estão mais conseguindo matar minha ânsia por aventuras reais. Preciso de drogas mais fortes que a rotina, compromisso, faculdade e trabalho, que me perdoem os normais, mas quero embarcar na insanidade de não ter caminho, direção, casa própria, hora certa, reuniões,  horários e  prazos. 
   Sempre abriguei uma ''pulga atrás da orelha'' sobre as verdades, obrigações e definições de certerrado. Eu não concordo com as verdades que as pessoas me trazem e não suporto que tentem moldar-me a elas. Destino, Deus, Tempo, Mundo, ou qualquer outro que esteja me ouvindo, deixe que eu rabisque o teu dicionário, que rasgue suas páginas cheias de explicações mecânicas e escreva de novo, de próprio punho, o que é a vida pra mim.
     
De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada 
são coisas distintas
Separadas pelo canto de um galo velho
Eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho
Do versículo e da profecia
Quem surgiu primeiro? o antes, o outrora, a noite ou o dia?
Minha vida inteira é meu dia inteiro
Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!
Minha mochila de lanches?
É minha marmita requentada em banho Maria!
Minha mamadeira de leite em pó
É cerveja gelada na padaria
Meu banho no tanque?
É lavar carro com mangueira
E se antes um pedaço de maçã
Hoje quero a fruta inteira
E da fruta tiro a polpa... da puta tiro a roupa
Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro...
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Quero dizer que, dessa vez, prefiro me calar, fechar os olhos, deixar que você vá, ou não. Admito que, aqui dentro de mim, torço para que fique, rezo pra que fique, mas preciso que a escolha seja sua, que fique por vontade, descuido ou poesia não me cabem, não desta vez. A escolha tem que ser sua, abdico da influência que sei que exerço, se for preciso me ausento agora, para que decida em paz se quer ou não se ausentar pra sempre. 
Entendi que a melhor coisa a se fazer agora, é não fazer nada. Vou guardar minhas energias, para me recuperar caso sua decisão seja partir (e me partir) ou para te abraçar caso ache que já se encontrou aqui e não precisa mais pular de galho em galho, case queira fixar raiz em mim. 
Deixei de ser nômade à algum tempo, minhas viagens passaram a ser de livro em livro, mas lembro que costumava pensar que voar baixo era bobagem e deixar de voar era morrer, se é assim que se sente, prefiro que vá, não quero comigo um moribundo refém de uma rotina indesejada. Tem gente que precisa tomar de todos os copos, de todas as bebidas, para escolher a que mais lhe convém. 
   Espero que o gosto do veneno não seja tão bom quanto o do pecado, espero que se sacie antes de chegar tão longe e espero que perceba logo que a apesar do que dizem sobre "se perder também é caminho", o caminho não é lar e a estrada não vai te afagar. O bom da vida é voar de encontro a alguém, voar para se (auto) encontrar é besteira, estamos dentro de nós. 

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor. 
 E foi só nessa frase de Paulo Freire que pensei enquanto ouvia minha mãe repetir uma fala que havia ouvido durante o dia na escola onde trabalha como merendeira "cotas raciais náo deviam existir porque inferiorizam o negro".
Ela repetiu com fervor a fala pronunciada por uma professora branca, dona de terras e muito conhecida na cidade. Minha mãe que é negra, assim como eu, foi levada a acreditar que as cotas são privilégio que não merecemos. Eu ouvi na voz dela o peso que ela carrega por ser negra, por náo ter chegado nem ao final na sexta serie, minha mãe por falta de conhecimento, conhecimento este que talvez ela tivesse tido oportunidade de ter caso na época dela existissem cotas raciais, minha querida mãe não conhece a história do nosso povo negro, nosso povo que ainda batalha pra conseguir igualdade. Eu náo consegui explicar pra ela o porque da necessidade das cotas raciais, mas eu juro, vou estudar e aprender a me comunicar com pessoas iguais a ela e tirarei deles esse tipo de opressão ideológica.
Me sinto alheia a tudo
Não há canto do mundo que me caiba
Estou perto de ti
Mas longe demais do sol
É frio o bastante pra congelar meu coração
Só que ele não congela
Suga o calor que vem de você
E sua dor
Suas magoas
Seu pranto
Agora são meus também
E já não sei de onde vim
Quem sou
Me tornei sombra de ti e fim
Não há outro canto que me comova
Não ha outro canto que me caiba
Não há outro  de ti.

sábado, 30 de maio de 2015

Na semana passada, quando passei dias com falta de ar, por culpa da minha asma vem e volta, prometi parar de fumar, deixar o alcool por um tempo e abandonar as noitadas . Promessa feita é promessa falha, há em mim essa incapacidade enorme de cumprir o que digo. Ontem, na noitada, não resisti a fumar um cigarro e soltar a fumaça olhando pra lua. A fumaça subia e ficava de frente meus olhos e eu via a lua por trás dela, a lua em libra, a lua crescente, a lua do céu da faculdade, ás  quatro da manhã de uma sexta-feira.

terça-feira, 26 de maio de 2015

    Gosto de bares pequenos, pouco movimentados, com cheiro de cigarro misturado a vinho barato, gosto de me sentar na mesa do canto, onde vejo todos e não sou vista por ninguém. Poderia escrever sobre cada um dos outros frequentadores, descrever detalhes, apelida-los por nomes de flor e astros, contar suas estórias como se fossem fictícias e eles jamais saberiam que habitam as páginas do caderno velho da menina que sempre se senta sozinha no bar da rua 15.
    Nasci assim meio as avessas, não sou peça de luxo e não quero fazer parte da coleção de garotas legais que o mundo tem. Prefiro mesmo a indiferença, quero fazer parte, apenas, do mundo que criei aqui dentro de mim, onde o sol não bate, mas o coração pulsa e alimenta de luz tudo que há.
    Se partisse hoje, gostaria ao menos de dizer que acho bonito o seu sorriso doce que só pude admirar uma vez, ainda assim, sobre o pudor de ser observada por quem lhe acompanhava naquela noite estranha do ano passado.
   Gostaria que soubesse, que nunca senti realmente saudades de ti, porque eu te encontro em toda arte que vejo, e a tua presença nunca foi ausente em mim, porque somos uma só e eu sinto que há você em quase tudo que faço.
    Inconscientemente decidi que é o melhor, não suportaria te ver exposta ao martírio que é viver um dia atrás do outro com o mesmo pensamento de querer que tudo acabe.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Eu te olhei, você me olhou e a gente se kiss.
Ela gosta de quando a luz do sol está de frente, gosta da sombra grandona que ela faz. Gosta de sentir o calor de Deus emanando do astro rei. Gosta de reparar nas formas das nuvens, olhar pro céu e sentir a pupila ficar pequena. Gosta das sombras que a luz produz na parede e do chapéu coco do seu tio avô. Ela agradece todo dia  pelo novo dia, pede a Deus pelo amanhã, sorri de vez em sempre e brinca de escrever textos autobiográficos.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Respeita meu texto, escrevo pra acarinhar o papel vazio, respeita me corpo, admire sem garras as minhas curvas, respeito meu cabelo despenteado, dei a ele a liberdade de dançar com o vento e ele não se acostuma mais com a monotonia do pente, Respeite minha semana vermelha, meu coração pulsante saindo pela boca, minhas emoções na beira da janela, meu humor chuva de verão.
Respeita meu desejo por solidão, liberdade, independência, desiste de pregar em mim sua moral, não vai adiantar, não vou me padronizar, o cercado não me coube mais e eu descobri que fora dele o mundo é bem maior, melhor, verdadeiro,  Respeita a minha burca, meu salto agulha, minha saia jeans e saia com seu preconceito pra longe de mim, aceita que eu não preciso de elogio teu e não dou ouvidos pra qualquer ofensa.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Reservei o dia de ontem pra lembrar do passado, vasculhei nossas fotos, suas cartas, meus presentes que você devolveu e os que ganhei de ti e me recusei a entregar, vi nós duas , mas não vi a mim. Não reconheci o sorriso que dei naquela foto do parque, aquela do dia em que você me pediu em namoro e eu gaguejei um sim, depois chorei e gargalhei e você zombou de como eu conseguia ir ao ápice das lágrimas e logo me desmanchar numa gargalhada, não reconheci aquele sorriso porque depois daquele dia tudo tendeu para o fim . Quando o fim, enfim, chegou eu não sorria mais. Foi como se a máquina tivesse prendido meu sorriso na imagem, eu sentia que nunca mais ia voltar a ser feliz. Mas. meu bem, advinha?! Emergi do ápice do choro de novo, alcancei novamente o cume da alegria e voltei a gargalhar, ainda mais alto, ainda mais....
Não reconheço mais a garota que dava centenas de ''segundas chances'' e via todas sendo desperdiçadas, eu não moro mais na nossa estória, veja só, logo agora você decidiu dar razão pr'aquele amor.

domingo, 3 de maio de 2015

       Já fazem três dias que não faço mais do que comer e dormir, a poesia se esvaiu de mim, sou um enfeite dessa casa pequena, um adereço a mais nessa cidade tão bonita e amada, que está tão cheia de gente, quanto cheia de mim. Percorri, nos últimos tempos, o mesmo caminho, esperando encontrar algo diferente todos os dias, mas como poderia chegar num local diferente se sempre sigo as sombras das pegadas de ontem?
      Pelo meu caminho cruzo com tantas outras pessoas, elas não me vêem, também não as vejo, só sei que estão ali, com seus olhos tristes, olhando pros dois lados da rua até quando é mão única, desconfiadas do rapaz mal encarado que está por perto,  sempre atentas para o mal e não tendo tempo algum pra observar a beleza do céu ou o sorriso bonito da vendedora de chips da oi. Eles olham mas não vêem, está todo mundo preso no mesmo cercado e achando que é livre, que é diferente, que tem autoridade sobre si, mas não são, não têm.
      É tão triste sobreviver com tão pouca vida, é tão triste gastar mais tempo em atividades obrigatórias do que satisfatórias, é triste ter que se torturar durante horas de uma semana inteira pra sustentar os vícios consumidos no final de semana que servem exatamente pra esquecer o quão ruim foram os últimos cinco dias. Crianças, fujam enquanto ha tempo, o futuro não é bom, vão prender seus sonhos, adequar suas vontades no sistema vigente, pagar pouco pelo seu dom e bem pela inconstância do seu caráter.
      Ainda não criaram uma droga forte o suficiente pra me fazer reclamar menos, mas eu não sou sempre assim, é que estou numa fase ruim, não sei onde deixei o amor.
     

sexta-feira, 24 de abril de 2015

"Goste quando você aproxima o isqueiro do rosto, para acender o cigarro, e a chama ilumina seu rosto, como se dançasse, além de destacar a cor bonito dos seus olhos"
A sua perna com a minha
Minha boca no seu pescoço
sua mão dentro da minha calcinha
indo e vindo ...
Meu corpo treme
pede mais
teu sexo enrijecido
pressionando meu corpo febril
quero ser tua

faz de mim o que quiseres
me pressione mais
me chupa
goza em mim
goza pra mim
por mim
  não pare

Fique perto
eu te incendeio de novo
quando seu fogo apagar
minha língua vai ser o isqueiro
e seu corpo todo meu cigarro

te trago
pra dentro
pra perto
pra junto de mim
Finca tuas unhas na minha pele
atice meu corpo suado
desliza em mim

faz com a língua a poesia irresistível de sempre
que eu declamo pra você meu gemido mais fiel.
Se afoga em mim
Que eu já to molhada por você.



quarta-feira, 22 de abril de 2015

Mais uma vez lá se foi o meu " Era uma vez"
Poupar-me-ei  de toda alegria terrena
recolher-me-ei em alma e literatura
Conviverei com o lirismo dos dias frios
Sem canto e acalanto
Guardar-me-ei para quando o céu me chamar
Manterei-me em cativeiro
como se fosse eu a culpada pelas mazelas do mundo
mas estou apenas zelando pela integridade do meu coração miúdo,
sozinho e triste.
Não tenho o direito de pressionar o tempo
Deixo que ele vá
que o relógio funcione
Que os ponteiros caminhem
Deixo que ele siga
Enquanto eu continuo a passos curtos para o fim
e a passos largos para o futuro
ah. Santa Dualidade
Que me vê com medo da morte
e ansiosa pela maturidade
Sabedoria é saber que o fim chega já já
mas o sucesso demora
ainda que seja bem trabalhado

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Nasceu João Marcos
mas queria ser Victória
Nasceu e foi vestida de azul
mas assim que pôde optou pelo vestido vermelho da irmã
Cresceu brincando de boneca  e
e sendo obrigada a jogar futebol com o pai
chorava quando a unha quebrava
e lutava na escola pra poder pegar a fila das meninas
não a entendiam
os pais já sabiam
mas não sentiam como aquilo a afetava
Victoria saiu de casa
foi viver na rua
deixou o cabelo crescer
virou amante de homens de hábitos noturnos
e se apaixonou pela liberdade de ser quem era
passava fome e frio
apanhou de policiais
foi exposta
humilhada
maltratada
e morreu vítima da profissão que foi obrigada a escolher
Victoria tinha amantes demais ...

O Brasil é campeão em morte de TRAVESTIS E TRANSEXUAIS, o mercado de trabalho e as universidades na maioria das vezes não é acessível a elxs que, não tendo lar, família, apoio, oportunidades, sem vendem e são marginalizadas pela sociedade. Empurram-nas para a prostituição e depois as condenam. Morrem  todo dia de fome, frio, cansaço tristeza e acabam chegando mesmo ao fim, por doença e maus tratos.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

        Costumava usar todo espaço da cama, dormir com dois travesseiros, um pra abraçar e outro para as reais funções, mas depois que você chegou e me fez companhia, aprendi a dormir apertadinha no canto da cama de solteiro, aprendi a me mover menos durante a noite pra não correr o risco de te acordar, aprendi a gostar do momentos de insônia durante a noite pra te olhar de pertinho ou pra te acordar fazendo carinho e depois aproveitar a insônia junto com você. E agora, mesmo quando você não está, ainda deixo o travesseiro do lado do meu, o espaço onde costuma ficar e nas horas de insônia penso em te ligar, pra dizer no pé do seu ouvido que to louca pra transar e que aqui é seu lugar. Acabo não ligando e caindo no sono de novo, sonho com a gente, respirações curtas, suor escorrendo e um gemido alto que se confunde com o barulho real do meu despertador, é hora de acordar.  

domingo, 5 de abril de 2015

    Não é surpresa pra mim, nem para os que me conhecem, que me sensibilizo frequentemente com notícias de assassinatos e/ou violência. Leio e releio matérias que tratam do assunto, como que para me forçar a entender e a sentir melhor o que se passou no momento do fato ocorrido. Ontem, quando li uma matéria sobre assassinato do menino Eduardo no morro do Alemão, eu quis morrer. Naquele momento eu era Terezinha Maria, tinha meu filho ensanguentado nos braços , enquanto os outros quatro assistiam  meus gritos que, por mais que eu quisesse, não calavam e nem conseguiam exprimir minha dor de mãe.
    Eu, do fundo da minha empatia, chorei observando a foto da mãe Terezinha MARIA segurando um retrato do menino Eduardo JESUS, foi como seu uma mão, cheia de dedos com unha grandes e finas apertasse meu coração. Mas minha dor não é maior que a dela, por mais que seja grande, eu não perdi um filho, eu não perdi um menino de 10 anos, meu caçula.
   O menino Eduardo era solo fértil, onde uma árvore de vida e escolhas seria plantada e traçada, suas escolhas determinariam a altura que alcançaria. Mataram a árvore, mataram o futuro de Edu, secaram o solo.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Há em mim a mais sincera das tristezas
Passei a abrigar o ato de rendição
Não tenho forças
coragem
vontade
disposição
pra te pedir pra ficar
além do mais, me tirastes todos os meios
canais
correntes
e laços
Deixo que vá
como sempre fizestes
mas, diferente de antes, não deixarei a porta aberta
a chave debaixo do tapete
nem nenhum dos macetes que já conheces
desta vez, não espero que volte
ao menos não em presença física
Tenho a plena certeza
De que seus pensamentos a trairão e a atrairá
E vais se pegar um dia, com saudades de tudo que nos faltou
De tudo que morreu por sacrifício das nossas imperfeições
sua mente vai vagar,
criar cenários e se encontrar a minha
que estará fazendo a mesma coisa
a chama da nossa imaginação será tão grande
que de cá poderei ouvir você dizendo que sente minha falta.
Adiarei o nosso primeiro encontro pra vida que vem.
É com pesar que digo, adeus.



domingo, 29 de março de 2015

Os últimos dias não foram fáceis, de vez em sempre me dou conta do acúmulo de infortúnios que me ocorrem, não é fácil tomar nota, de uma só vez, de todos os problemas, excessos, exceções, culpas, arrependimentos e outras coisas inomináveis que acontecem. Olhar no espelho não é fácil quando só o que se vê são defeitos, não é fácil ver refletido em si características repugnáveis, muito menos perceber que adjetivos ruins, agora te cabem.

segunda-feira, 23 de março de 2015

         Adiei o quanto o pude escrever sobre você, mas a verdade é que o texto já estava pronto, guardado e embaralhado dentro de mim, eu só preciso jogar as frases e pontuá-las. De repente, não mais que de repente, aconteceu o que era óbvio para todos, mas mistério pra nós. Imaginarmos juntos é tarefa tão simples, que de simplicidade se escondeu da gente. Agora que tudo ficou claro, me questiono de como não enxerguei antes. Parece clichê, mas é como se eu estivesse o tempo todo no quintal a procura do trevo de quatro folhas, olhando pra baixo, por um momento súbito me canso e acho o trevo sorrindo do meu lado. Um sorriso grande e sincero, diria inclusive, que tem estrelas no teu sorriso, mas me nego a te dar o gosto de ouvir isso saindo da minha boca. 
         Menino, vê se leva a vida devagar enquanto está comigo, a noite com você corre e eu não quero que acabe tão cedo. Na hora de voltar pra casa  arrume motivos pra pararmos no caminho, tomar um suco, dar um beijo, jogar conversa fora. Quando to contigo torço para que todos os semáforos estejam fechados para nós e para o tempo que insiste em correr, será que o tempo não sabe que quem corre muito cansa, cai(?), E apesar da correria que é a vida e, da correria em que vivemos, fico feliz de encontra-lo nesse intervalo que meu coração deu pra descansar. Se despeça ao sair. 
     Queria te fazer uma poesia, mas sabemos que amor não cabe no nosso momento e eu não sei rimar sem sentir. 
PS: Também gosto do seu cabelo "sem rumo" 

sexta-feira, 20 de março de 2015

 incrível como a gente nem vê
E já mudou tudo 
Já somo adultos
e se torna frequente lembrar do passado, 
sentir saudades da infância,
mirar o futuro,
fazer planos maduros,
chegar em casa cansado,
com a mente cheia e conturbada pelo dia difícil
É degradante
Pensar no amor que não veio,
No próximo dia, que continuará cheio
Na incerteza do amanhã 
e no vazio que se abriga por dentro
Tragamos fumaça, mas ela não nos traz ninguém
Viramos o copo, mas ele não nos preenche também.
O dia, a semana, o mês, o ano, a vida continua
E nossos 18 se tornarão, 19, 20, 30, 60, 81! 
Se encontraremos a cura para essa sede de vida, 
Se encontraremos o preenchimento para esse buraco existencial,
Não sabemos,
Mas com toda certeza, tudo que é problema hoje
Será migalha até lá. 

O que mais faço na vida é ler, desde de bula de remédios até a bíblia, não sei fazer outra coisa e, se quer saber, tenho pouca vontade de aprender. Acontece que: De uns tempos pra cá, não consigo me sentar e e concentrar num livro, minha cabeça, antes serena, agora está perturbada o bastante para pedir aventuras reais. Passou a habitar em mim um desejo instigante de, não mais, habitar lugar nenhum. A vontade que tenho é de me transformar em MILHÕES de partículas e conhecer cada parte do mundo de uma só vez, seguindo só o tempo do ar, indo de carona com o vento. Que me desculpem os espaços e vírgulas, mas NAOQUEROESPAÇOENTREMIMEORESTODOTUDOQUEAINDADESCONHEÇO.

terça-feira, 3 de março de 2015

Efêmeros pensamentos me rodeiam
Desvio de todos
para que entre a loucura e a lucidez
Possamos ficar juntas
Se é difícil viver com sua ausência
Sua presença serve para mostrar que nada nessa vida é fácil
Você me chama
me encanta
me inflama
me  incendeia
E me deixa sozinha com a ferida quente
E se apareceres novamente, amanha ou depois
já terei me curado e me posto pronta
Vai ver, somos mesmo isso
Certezas falhas
datas alteradas
excesso de drama
falta de zelo
Somos o a(caso) uma da outra
A carta que chega de repente
A encomenda que nem lembrava mais
A espinha no queixo
o imprevisto
Mas eu juro, queria ser rotina
.







"Ser teu céu , ser tua comida, todo amor que houver nessa vida."

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Pra quem tem vontade de morar junto com amigo, deixo uma dica: é o mesmo que  colocar a música preferida como despertador.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei...
Quando chegou carta, abri
Quando ouvi Prince, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei...
Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei...
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan.....
Ohhh!
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan.....
Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei...
Quando chegou carta, abri
Quando ouvi Salif Keita, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei...
Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei...
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan...
Ohhhhh!
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan.....
Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei...
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan....
Ohhhhh!
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan...(2x)
Ohhhhh!
Amarazáia zoê, záia, záia..à Primeira Vista - Chico Cesar
A liberdade que tens comigo
Permite que suma e volte quando quiser 
A conexão que temos 
acalenta minha alma solitária 

Você 
passarinho
Não passa despercebida 
passeia com seus cabelos ao vento 
e meus olhos quase sempre fixos em páginas velhas 
não perdem a chance de mira-la 
mesmo que distante
mesmo que por tela 
mesmo que só por pensamento 

Não sou ninguém pra discutir com destino
se quis ele que nossas ruas tortas se aproximassem
mas jamais se tocassem 
que assim seja 
sigamos então
nessas retas paralelas 
que são as nossas vidas. 


Sou uma mulher e vivo a esperar. Espero sentada, calada e triste, um amor que não volta. Espero timidamente pela boa vontade daquele que um dia trouxe-me uma filha e junto dela os raios do sol. Espero por você, meu querido. Você que frequenta meus pensamentos diariamente e morou por tanto tempo na minha estória. Vem, trás a chave da felicidade que você levou quando me disse "Adeus".

sábado, 24 de janeiro de 2015

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Não bebia
Não fumava 
Mal sorria 
Mal amava
Se chorava, ninguém sabe
Se gritava, ninguém ouvia 
Se um dia transbordou, foi por raiva
Não por amor
Não vivia
Só seguia o passar dos anos
Juntava um monte de nada
E vai morrer vazio.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

DEVANEIO

    Hoje fiquei em casa sozinha durante praticamente o dia todo, fiz coisas que todo mundo faz, mas também fiz algumas que não imagino sendo feita por outras pessoas. O calor torturou a tarde toda, me despi, caminhei e dancei pela casa, como se meu lar fosse minha plateia. Fumei um cigarro, na verdade eu não fumo, mas estava sozinha, tive vontade e ninguém que me impedisse. Liguei a tv e o rádio, não porque queria assistir ou ouvir, mas porque um nunca fica quando o outro está, isso me remeteu ao sol e a lua, dois amantes perfeitos que nunca se encontram. Comi arroz na hora do lanche, me atrasei pra tomar remédio, deite no chão quente e chorei bastante, eu sentia minha pele queimar e havia prazer na dor, 
    Chorar foi meu programa principal, esperava que com as lagrimas escapando eu fosse me sentir mais leve, não resolveu, TEve um momento que me deitei perto do portão de maneira que eu pudesse ver a rua e os pés que passam.Passam muitos pés na porta da minha casa, alguns em turmas, rindo alto, outros sozinho e calados, pensei em como eles nunca imaginariam que do lado de dentro daquele portão tinha uma mulher nua, deitada no chão quente e chorando por um amor que não sara. 

   Delongue meu devaneio e passei a pensar em quantas coisas estrnhas são feitas da porta pra dentro, talvez eu já tenho passado na porta de uma menina que precisasse de ajuda, mas eu não pude ajudar o choro dela só gritava do corpo pra dentro.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sobre uma sexta-feira amena

Quero abrir o portão, posicionar uma cadeira no centro da porta e chorar enquanto vejo os carros passarem. Quero que eles me vejam também, quero que ao menso um nessa fileira imensa que é o transito do Goiânia olhe pra mim e se compadeça da minha dor. Quero que se pergunte o porquê das lagrimas da menina da casa 12, quero que tente imaginar, que crie possibilidades, que gaste um pouco do tempo, -  que custa tanto, pois dizem que o tempo é dinheiro - comigo. Quero que esta mesma pessoa chegue a imaginar que a minha dor veio de alguém, foi provocada por alguém. Que ele passe a ser mais gentil com os outros agora, pois sabe que há gente que chora quietinha na porta de casa. Quero que ele pense que talvez já tenha sido o motivo do choro de alguém e que se lembre que também já chorou . Assim como eu, muitos choram, muitos fazem chorar e, claro, todos somos as duas coisas, mas não deveríamos. Não deveríamos ser o motivo das lagrimas de alguém e não deveríamos chorar por alguém.Mas fazer o que se o amor as vezes machuca, se as vezes ele nos faz querer morrer. Essa enorme bola de neve que tanto pode nos divertir como nos massacrar e depois que massacra ficamos gelados, frios e ai aparece outro alguém, um sol, nos diverte  de novo, nos esquenta e nos queima e depois vem outra bola de neve ...
Viver é uma sucessão de chegadas e partidas, bençãos e tentações, felicidade e tristeza. Não dá pra fugir disso e nem quero. 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

FREQUÊNCIA AFETIVA



Ontem, ou anteontem recebi um link curioso, veio de uma amiga que só vejo duas vezes por ano, o link me levou a um blog, onde estava um texto chamado "Frequência afetiva", expressão pra lá de curiosa, nunca antes havia visto as duas palavras juntas, o texto é maravilhoso, indico, mas o que me despertou mesmo, foi título.
Apesar de concordar com a definição que o autor deu a expressão eu criei um significado pessoal. Na vida há ida e vindas, encontros e reencontros , quantas vezes já nos despedimos de alguém, nos antecipamos na saudade e de repente a reencontramos bem mais cedo do que o esperado? Se o carinho e afeto mudam eu não sei, mas eles não somem, em meio a abraços, beijos, sorrisos e lágrimas agradecemos pelo reencontro, pelo ''adeus'' que, por Deus, virou ''até logo''. Depois de encontros assim voltamos a acreditar na vida, na coincidências e, até mesmo, no cupido. As esperanças se renovam e quando o vento sopra sentimos um perfume familiar,  ouvimos uma voz conhecida e acreditamos que em qualquer esquina pode-se encontrar a felicidade.
Se é bobagem eu não sei, mas que o afeto nos afeta é fato. 
Daqui a seis a meses, quando eu encontrar minha amiga de novo, ainda sentirei por ela um enorme afeto, mas eu terei mudado e me tornado maior, melhor, aceitei que o tempo não tem dono e afeto não morre porque ele frequentemente nos visita cá dentro, vem com o vento, trás seu perfume, é saudade, eu sei, mas não doí,

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

"Moça, comprei umas doses 
no boteco ali da esquina 
a bebida se parecia com você
no começo não me agradou
depois gostei e cai dentro
mas a semelhança mesmo
não estava nisso
é que a bebida era barata, amarga e acabou rapidinho. "

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O que você levaria pra uma ilha deserta?

Ou "quem você levaria para uma ilha deserta?"


nostalgia

Me afundo na possibilidade de ter de volta, escrevo cartas para te entregar quando estiveres novamente comigo, assim saberá que esteve presente todos os dias durante esses eternos três meses, você me deixou mais nunca saiu de mim, esteve e, está, aqui guardada, como o meu mais precioso segredo e presente, e não pense que quero que saia. A dor de sentir sua falta não é nada comparado ao bem que me faz nossas lembranças. Ontem eu sonhei com você, escrevi o sonho no celular,pensei em enviar, mas não enviei, transcrevi pro papel e vou guardar como se fosse um sonho seu comigo, como se fosse sua letra no papel. As vezes tem coisas que eu queria te dizer, outras que eu queria te mostrar, a vontade é tanta que conto elas pras paredes do meu quarto e tento imaginar o que você diria, acredito que meus pensamento cheguem bem perto da sua real reação. Você, apesar de maluca, é bem previsível, eu sempre sabia o que você ia dizer, com quais piadas ia rir, que livros ia gostar, só não previ que ia me deixar, mas deixou.

sábado, 3 de janeiro de 2015

É amor
Daqueles que se escondem dentro do armário
Que se transveste de ciúmes
Se enfeita de insegurança
Do tipo de amor que só sai de madrugada
Depois de três ou quatro copos
Que se senta na última mesa do bar
Amor que não quer ser notado
Mas de tão grande e bobo
Se esbarra em tudo
Quebra copos
Corpos
E coraçoes
Tropeça na barra da saia e cai
Eu digo, todo mundo já te viu amor
Mas ele não ta pronto pra se mostrar
Só anda no escuro
De cabeça baixa
Não ta pronto, coitado.
Mal sabe que brilha demais pra ser invisível
Mal sabe que o amor deixa rastros
Não sabe que por onde passa nasce flor
Brota alegria
Voam borboletas tontas
Amor, o amor não cabe dentro do mundo, ele não consegue se esconder dentro de um lugar tão pequeno.
Mas ele não sabe disso, melhor continuar assim
O ano mal começou e eu já morri três vezes. Morri ontem por ter bebido demais e por ter sido fraca e te ligado, agora morri de novo porque veio falar comigo, me disse que se mudou. Sinto que também morrerei de tédio, ainda este ano, tédio mata devagar, tipo diabete. Outra coisa que mata é a saudade, que nem parasita, se hospeda na gente, suga a vitalidade e morre junto com o hospedeiro.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Chega, deixem minha esquisitisse participar da festa!
Respeite minha indiferença, por favor.
Peço desculpas pela apatia,
Mas tenha empatia
E se coloque no meu lugar
Não faz muito tempo
Que eu comecei a me  importar
E isso de se importar não é coisa fácil
Me importo em me importar comigo
Me forço a me importar comigo
Pois eu sou meu abrigo
Sou meu abraço
Sou meu amigo
E aqui dentro mora um monstro
Ele ta me devorando

Sim, ele ta
Ele quer me levar, me destruir
É por isso que passei a me importar
Posso ter bem pouco tempo
É melhor aproveitar
Me cuidar
Deixar rolar
Sentir o vento me tocar
E lhe bater e eu quiser

Se amanhã o monstro me matar
Eu vou sentir falta de mim
Se amanhã o monstro partir
Eu sentirei falta dele
Porque foi ele que me abriu os olhos
Ele me fez ver que eu estava perdendo tempo
Agradando todo mundo
E me deixando pra depois.

Duas letras, duas moças e uma vibe só. 

            Ano Novo, mais 365 dias, 365 oportunidades e bla bla bla. To pouco me importando se o ano acabou, se começou outro ou se o Brasil perdeu de 7. A verdade é que pensando sobre meus anos de vida notei que já vivi 6.570 dias, seguindo a logica de 18 anos X 365 e, sabe de uma coisa, não os vi passar e quando olho pra trás vejo que pouquíssimas coisas me fizeram realmente feliz, pouquíssimas coisas que acumulei ao longo dos dias estão aqui agora. Pessimista, amarga, chata, pseudointelectual, ah, eu já conheço esses adjetivos, os escuto de vez em sempre e não discordo de nenhum, mas sabe, eu não costumava ser assim. No meio desses 6 570 dias, algo se perdeu, se quebrou e no lugar ficou um vazio que agora preencho com textos mal pontuados.
              Não fui tão esperta como Buk, deixei meu pássaro azul morrer, se sufocou com o curto espaço de vida que havia em mim.